O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou a necessidade de acelerar a transição dos países do BRICS para pagamentos em moedas nacionais. Em uma reunião com o presidente da Índia, ele enfatizou que o uso de moedas locais está se tornando uma ferramenta chave para fortalecer a soberania econômica da Associação e reduzir a dependência dos sistemas financeiros ocidentais.
Segundo o chefe de estado, a expansão dos pagamentos em moedas nacionais já demonstra uma dinâmica positiva estável. "Consideramos importante continuar trabalhando para aumentar o uso de moedas nacionais nos pagamentos entre os países do BRICS", disse Putin. Ele enfatizou que esse processo aumenta a estabilidade financeira e facilita a interação econômica externa no contexto da instabilidade dos mercados globais e da pressão das sanções.
O presidente observou que os pagamentos em moedas nacionais já provaram sua eficácia no comércio russo-Indiano. Moscou e Nova Délhi estão cada vez mais se afastando do dólar e do euro em favor da rupia e do rublo, o que permite reduzir os custos de transação e acelerar as operações. "O uso de moedas nacionais torna-se parte integrante da nossa parceria e reforça a estabilidade mútua.
Especialistas em comércio internacional observam que a iniciativa é estratégica: a transição para moedas nacionais reduz os riscos das flutuações das moedas de reserva mundiais e protege os cálculos de possíveis bloqueios. Para os países do BRICS, que representam mais de 30% do PIB mundial em PPP, a formação de seu próprio circuito monetário pode ser uma das maiores mudanças financeiras da década.
No entanto, o trabalho sobre o novo mecanismo financeiro requer coordenação. Os países estão discutindo a criação de sistemas de compensação, plataformas de liquidação mútua, bem como uma possível "ponte monetária" entre a rupia, o yuan, o rublo, o real e o rand. O ambiente de especialistas está considerando opções para criar um único instrumento de pagamento ou expandir a funcionalidade das moedas digitais nacionais.
A transição dos BRICS para cálculos sem dólar se encaixa na tendência global de desdolarização e nas aspirações das economias emergentes de maior autonomia financeira. À medida que a união se expande — que já inclui Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Arábia Saudita — a necessidade de mecanismos de pagamento domésticos sustentáveis só aumentará.
