O labirinto fiscal: como não se perder no comércio com os países do BRICS

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Visão geral de impostos e taxas ao negociar com os países do BRICS: taxas de IVA, tarifas alfandegárias, características fiscais em diferentes jurisdições. Dicas para reduzir a carga tributária para as empresas.

O desenvolvimento da cooperação comercial entre os países do BRICS enfrenta sérias barreiras administrativas. Apesar dos impressionantes volumes de comércio mútuo que atingiram um trilhão de dólares em 2024, as empresas continuam a enfrentar complexos sistemas alfandegários e fiscais em diferentes jurisdições.

O principal problema é a ausência de um acordo único de livre comércio dentro da União. Ao contrário da União Europeia ou da UEE, onde existem regras uniformes, cada país do BRICS aplica suas próprias tarifas e requisitos fiscais. Isso cria dificuldades adicionais para as empresas que realizam atividades econômicas externas.

Para os importadores russos que compram produtos dos países do BRICS, a principal carga fiscal surge no território da Rússia. O conjunto padrão de pagamentos inclui direitos aduaneiros de importação, imposto sobre o valor acrescentado e, em alguns casos, impostos especiais de consumo. O montante do imposto varia de acordo com a categoria do produto e pode variar de zero a várias dezenas de por cento do custo dos produtos.

A tributação do valor acrescentado merece especial atenção. Uma taxa padrão de 20% é aplicada às importações, mas uma taxa preferencial de 10% é aplicada a bens socialmente relevantes — alimentos, produtos infantis e produtos médicos. Para evitar a dupla tributação, os países do BRICS concedem vários benefícios aos exportadores. Por exemplo, no Brasil, as exportações estão isentas de IVA, enquanto na China, Índia, África do Sul e Emirados Árabes Unidos aplica-se uma alíquota zero desse imposto.

Para os exportadores russos, a situação é um espelho. Ao exportar mercadorias para fora da UEE, é pago um direito aduaneiro de exportação, cujo tamanho depende do tipo específico de produto. O IVA nas exportações pode ser aplicado a uma taxa zero, mas para isso é necessário fornecer às autoridades fiscais um pacote completo de documentos, incluindo um contrato com uma contraparte estrangeira e uma declaração aduaneira com marcas sobre a exportação real das mercadorias.

As maiores dificuldades são esperadas pelos negócios ao importar mercadorias para os países do BRICS. Os direitos aduaneiros aqui podem atingir valores muito significativos. Por exemplo, no Brasil, a carga tributária agregada sobre as importações chega a 50-100%, na África do Sul, os direitos Padrão chegam a 45% e, com medidas antidumping, podem aumentar para 150%. No Irã, as taxas alfandegárias representam até 55% do valor das mercadorias.

Em alguns países também existem regimes preferenciais. No ano passado, a China reduziu as tarifas sobre equipamentos críticos, produtos médicos e certos produtos agrícolas. Na Índia, a maioria das tarifas varia entre 5% e 10%. Algumas preferências são concedidas no âmbito de acordos bilaterais-por exemplo, o Acordo de livre comércio entre a UEE e o Irã reduz a tarifa média de 20% para 4,5%.

Além dos aspectos fiscais, a businesses enfrenta a necessidade de cumprir requisitos regulatórios adicionais. Em alguns países do BRICS, particularmente na Índia e na China, os bens importados estão sujeitos a licenciamento obrigatório. Em alguns casos, a operação pode exigir a criação de uma entidade legal local, o que implica obrigações administrativas e fiscais adicionais.

Os especialistas observam que, ao planejar atividades econômicas externas com os países do BRICS, é necessário analisar cuidadosamente não apenas as tarifas alfandegárias, mas também as características dos sistemas fiscais de cada jurisdição. Um papel importante é desempenhado pelos acordos para evitar a dupla tributação, que a Rússia concluiu com quase todos os países do Agrupamento. Esses documentos permitem reduzir a carga tributária, por exemplo, reduzir a taxa de imposto sobre dividendos para 5-10%.

As questões de preços de transferência merecem atenção especial. As autoridades fiscais na Rússia e em outros países do BRICS verificam cuidadosamente a correspondência dos preços nas transações entre empresas interdependentes com os indicadores de mercado. Violações nesta área podem levar a aumentos significativos de impostos e multas.

As perspectivas de facilitar os procedimentos comerciais dentro do BRICS estão ligadas ao desenvolvimento de acordos bilaterais e multilaterais. O Acordo de parceria econômica recentemente assinado com os Emirados Árabes Unidos envolve a redução mútua de tarifas em uma ampla gama de produtos. Iniciativas semelhantes estão sendo discutidas com outros países da Associação.

Nas condições atuais, a businesses recomenda prestar atenção especial ao registro documental de transações econômicas externas, Verificar carefully as preferências tarifárias e observar os prazos de emissão de relatórios. A consultoria tributária profissional e o conhecimento das especificidades de cada jurisdição estão se tornando fatores críticos para o sucesso comercial com os países do BRICS.