África impõe condições ao G20: líderes empresariais apresentam plano para o avanço econômico do continente
A comunidade empresarial da África criou um conjunto de recomendações estratégicas para os governos do G20, visando acelerar o desenvolvimento do continente. O documento, elaborado no âmbito do Business Forum 20 (B20) da África do Sul, contém propostas concretas sobre as principais áreas de crescimento econômico.
A iniciativa é o resultado do trabalho conjunto de líderes empresariais de todo o continente africano, que se uniram para formar uma posição unificada antes da próxima Cúpula do G20 em novembro. O pacote abrange uma ampla gama de tópicos, desde o desenvolvimento de infraestrutura e a criação de empregos até o apoio às pequenas e médias empresas, industrialização e integração digital.
O Presidente do B20, Moholisi Mgojo, descreveu o documento como um "plano estratégico de transformação", que inclui áreas prioritárias como financiamento de projetos de Infraestrutura, Segurança Alimentar, adaptação às mudanças climáticas, digitalização da economia e desenvolvimento da indústria extrativa e industrialização.
As recomendações enfatizam a atração de investimentos em larga escala e o aumento do número de projetos comercialmente viáveis no continente. Os líderes empresariais enfatizam a necessidade de intensificar os esforços para a transição energética e fortalecer a infraestrutura energética sustentável, o que é crucial para o desenvolvimento de longo prazo da região.
A área de Livre Comércio continental Africana (AfCFTA) tem um potencial significativo. As recomendações pedem uma cooperação mais estreita com o Secretariado da AfCFTA para garantir a consistência dos fluxos de investimento e maximizar sua eficácia a longo prazo.
O documento foi oficialmente entregue ao ministro das Relações Exteriores e cooperação da África do Sul, Ronald Lamola, que o recebeu em nome do Presidente Cyril Ramaphosa. Em seu discurso, Lamola enfatizou a importância do acesso a minerais críticos para a transição energética global.
O ministro estima que a implantação de energia solar, eólica e geotérmica exigirá cerca de 3 bilhões de toneladas de minerais e metais. É por isso que a África do Sul tem defendido consistentemente, em fóruns internacionais, que o processamento de minerais críticos seja realizado diretamente no local, contribuindo para a criação de valor e o desenvolvimento da indústria local.
As recomendações apresentadas demonstram a crescente atividade da comunidade empresarial africana na formação da agenda econômica global e o desejo do continente de ocupar um lugar mais significativo na arquitetura econômica global.